Reportagem de Marcelo Lima, de O Estado de S. Paulo
Muito antes de sustentabilidade virar moda, ele já defendia um "design sem gordura", criando projetos de um radical "essencialismo estético", que se ocupa somente do essencial. Baseado em Londres, mas permanentemente em trânsito - "é no espaço aéreo que tenho as melhores ideias" -, o britânico Ross Lovegrove aterrissou, em julho, no Brasil.
Convidado do programa Casa Cor Stars - evento patrocinado pela mostra de decoração que se propõe a trazer grandes nomes do design -, ele proferiu palestra em São Paulo, descansou em Ilhabela e se encontrou com arquitetos cariocas, como Pedro Paranaguá e Guto Indio da Costa.
Fascinado pelo país que ele diz apenas agora começar a desvendar, Lovegrove quer incluir o Brasil em seu roteiro de viagens frequentes. Na agenda, o lançamento de um calçado exclusivo para a Melissa. Nos planos, o sonho de trabalhar como designer ou arquiteto por aqui.
"O Brasil sempre foi referência em termos de arquitetura, via Oscar Niemeyer, e, mais recentemente, de design, pelo trabalho dos irmãos Campana. Porém, a sensualidade que emana das coisas e das pessoas por aqui apenas agora me foi revelada", conta Lovegrove.
Nascido em 1958, em Penarth, no País de Gales, Lovegrove estudou Desenho Industrial na Escola Politécnica de Manchester, hoje Universidade Metropolitana. Em 1980, transferiu-se para Londres, onde concluiu os estudos no Royal College of Art. Datam dessa década seus celebrados projetos de um dos primeiros modelos de walkman, para a Sony, e do computador portátil para a Apple.
Vencedor de diversos prêmios internacionais, seu trabalho, de forte teor conceitual, figura no acervo de museus como o MoMA, de Nova York, o Centro Georges Pompidou, de Paris, e o Museu do Design, em Londres. Desde o fim dos anos 1980, ele trabalha para grandes editoras italianas de mobiliário, como Kartell, Moroso e Driade.
O estúdio do designer, nos subterrâneos de um sobrado no bairro de Notting Hill, em Londres, é o melhor retrato de seu universo. Ali estão a escada em forma de DNA, uma bicicleta de bambu e as luminárias criadas para a Yamagiwa e a Artemide. "Para saber onde ir é preciso saber de onde se veio", diz Lovegrove, deixando claro seu desejo de, para sempre, trabalhar na companhia de seus projetos. Leia, aqui, a entrevista exclusiva de Ross Lovegrove.
Saiba um pouco mais de algumas das varias criações de Ross Lovegrove.
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